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Projeto Spirandi já distribuiu 200 máscaras de ventilação não-invasiva

Máscara auxilia pacientes com quadro de insuficiência respiratória. Fotos: Dani Santos/Prefeitura de São Cristovão
Máscara auxilia pacientes com quadro de insuficiência respiratória. Fotos: Dani Santos/Prefeitura de São Cristovão

Jhonny Oliveria* | Rádio UFS - Uma ação voluntária, liderada por pesquisadores do Grupo de Pesquisa em Instrumentação Eletrônica da Universidade Federal de Sergipe (UFS), já produziu 200 máscaras de ventilação não-invasiva, beneficiando mais de 20 unidades públicas e privadas de saúde de Sergipe e até fora do estado. Trata-se do projeto Spirandi.

O equipamento auxilia no tratamento de pessoas com quadro leve ou moderado de falta de ar. O objetivo é evitar os riscos de intubação de pacientes, principalmente diante do cenário de superlotação das unidades de tratamento intensivo, por conta da pandemia da covid-19. A Spirandi, como é chamada a máscara, também ajuda no processo pós-intubação e de desmame do oxigênio.

Segundo a organização do projeto, as máscaras já foram doadas para dez municípios sergipanos: Aracaju, Canindé de São Francisco, Nossa Senhora da Glória, Frei Paulo, Itabaiana, Lagarto, Itaporanga D’ajuda, São Cristóvão, Nossa Senhora do Socorro e Estância. Hospitais dos estados da Bahia, Alagoas e Pará também receberam a doação de equipamentos.

A Urgência 24h do conjunto Eduardo Gomes, no Bairro Rosa Elze, em São Cristovão, é uma das unidades de saúde contempladas com máscaras. "O paciente já chega aqui com déficit respiratório, com desconforto. E esse tipo de material faz com que a gente possa recrutar uma quantidade de oxigênio em pouco período, fazendo com que todo o desconforto respiratório do paciente possa chegar a um equilíbrio melhor até ele chegar a ser transferido a uma enfermaria ou uma UTI," conta a fisioterapeuta Cristiane Leoni.


Fisioterapeuta Cristiane Leoni manuseia equipamento em unidade de saúde em São Cristovão.
Fisioterapeuta Cristiane Leoni manuseia equipamento em unidade de saúde em São Cristovão.

Cerca de 20 voluntários participam do projeto Spirandi, entre professores e alunos do Departamento de Engenharia Elétrica da UFS e profissionais da área da saúde. A iniciativa também conta com uma rede de apoiadores, como Ministério Público do Trabalho, Ministério Público de Sergipe, Ministério Público Federal, Fapese, IFS e Senai.

De acordo com o professor de Engenharia Elétrica da UFS, Elysson Carvalho, "foi essa rede de doação que possibilitou a doação das mais de 200 máscaras e a gente espera atingir um número muito maior nas próximas semanas, ajudando de fato os nossos hospitais. Já temos essas doações para hospitais de todo o território sergipano."

"A aquisição de matéria-prima é sempre um desafio para o projeto, mas também temos percebido desde o início da pandemia a falta de material da área de saúde em geral, por conta do agravamento do contexto pandêmico no Brasil. Como solução para isso, o projeto passou a ser adaptado para funcionar com peças de vários fornecedores, o que permitiu o avanço mesmo nesse cenário," acrescenta.

Produção das máscaras

O processo de produção do sistema de ventilação não-invasiva é considerado simples. A máscara pode ser montada rapidamente em menos de 15 minutos. Por conta das medidas restritivas de distanciamento físico para evitar a propagação do novo coronavírus, os voluntários estão montando os equipamentos sem sair de casa.

Funcionamento do sistema

O equipamento de baixo custo e fácil montagem pode operar por meio de gases fornecidos pelas linhas de oxigênio da unidade hospitalar e por cilindros, ou ainda conectado a um ventilador mecânico. A tecnologia é baseada nas máscaras de ambu, que permite o uso de diferentes métodos de oxigenoterapia e de ventilação não-invasiva.

Como posso ajudar?

Para contribuir com o projeto e ajudar a salvar vidas, as doações devem ser feitas através da vaquinha virtual ou fazendo PIX para a chave: contato.spirandi@gmail.com.

*Sob supervisão de Josafá Neto

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